Cruz Alta
A População Total do Município é de 63.776 de habitantes, de acordo com a estimativa do IBGE (2015).
Ano de Instalação: 1833
Mesorregião: Noroeste Rio-Grandense
Altitude da Sede: 452 m
Distância à Capital: 350 Km
História de Cruz Alta
A História de Cruz Alta remonta ao final do século XVII, quando uma grande cruz de madeira foi erigida a mando do padre jesuíta Anton Sepp Von Rechegg em 1698, logo após a fundação de São João Batista nos Sete Povos Missioneiros.
Mais tarde, com a demarcação do Tratado de Santo Ildefonso em 1777, a linha divisória (Campos Neutrais) que separava as terras de Espanha das de Portugal, cortava o território rio-grandense pelos divisores de água exatamente por esse local onde existia a grande cruz e uma pequena Capela do Menino Jesus.
A partir de então, este imenso “corredor”, recebeu um grande fluxo de pessoas das mais variadas atividades, como comerciantes, desertores do exército, contrabandistas, imigrantes, etc... A cruz alta tornou-se ponto de invernada e um grande pouso para milhares de tropeiros oriundos das fronteiras com a Argentina e Uruguai, que se dirigiam até a Feira de Sorocaba para comercialização dos animais.
O local consolidou-se ainda no final do século XVIII como Pouso dos Tropeiros e muitos passaram a residir nas proximidades, até que, no início do século XIX depois de uma tentativa sem sucesso, mudaram-se então mais para o norte estabelecendo-se onde hoje está o município de Cruz Alta, cuja fundação deu-se no dia 18 de agosto de 1821 em resposta a uma petição feita pelos moradores.
A boa água das vertentes do Arroio Panelinha que abasteciam os viajantes pelas mãos das nativas do lugar, deu origem à Lenda da Panelinha, que prega o retorno à Cruz Alta daqueles que em suas águas saciarem a sede.
Cruz Alta tornou-se então um dos maiores e mais importantes municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Criado por uma Resolução Imperial em 11 de março de 1833, o outrora imenso território, cuja área hoje comporta 218 municípios do Rio Grande do Sul. Esse grande território serviu de berço para importantes personalidades gaúchas, como Erico Veríssimo, Júlio de Castilhos, senador José Gomes Pinheiro Machado, general Salvador Pinheiro Machado, Heitor Anes Dias, general Firmino de Paula, Justino Martins, dentre tantos outros.
Cruz Alta foi elemento importante em quase todos os principais acontecimentos políticos, militares, econômicos e religiosos que o Estado vivenciou. Desde as escaramuças da Revolução Farroupilha, quando o município recém-criado foi alvo de incursões militares e especulações políticas em sua Câmara de Vereadores, além de receber o Alto Comando Farrapo em janeiro de 1841 com a presença de Bento Gonçalves, Giuseppe Garibaldi e Anita Garibaldi, David Canabarro, entre tantos outros.
Já na Guerra do Paraguai, Cruz Alta forneceu um sem número de “voluntários” que pelearam sob o comando do Coronel Jango Vidal e do Brigadeiro José Gomes Portinho (depois agraciado com o título de barão da Cruz Alta) nas Companhias de Voluntários nºs 19 e 40 e da 4ª Divisão de Cavalaria. Durante a sangrenta Revolução de 1893, o município apelidado de “Ninho dos Pica-paus” foi um dos mais importantes palcos dos acontecimentos e o lugar onde a prática da degola neste período foi mais intensa. Milhares de pessoas tombaram pelos campos e no município, vítimas desta que foi talvez a mais sangrenta revolução da América Latina.
Cruz Alta foi atacada em 26 de agosto de 1894 pelas tropas maragatas sob o comando de Aparício, irmão de Gumercindo Saraiva (morto dias antes em Carovi) com aproximadamente 1500 homens. Já na Revolução de 1923, hordas de tropas circulavam incessantemente por seu território, depois dos alinhavados permeados de conchavos registrados nas dezenas de correspondências trocadas entre Borges de Medeiros e Firmino de Paula para maquinar os destinos da Revolução.
Dados Oficiais sobre Cruz Alta
Dados do IBGE
Pontos Turísticos
Centro de Convivência Cultural
A linha unindo Marcelino Ramos e Santa Maria foi idealizada em 1889 juntamente com todo o trecho entre Itararé, SP, eSanta Maria, pelo engenheiro Teixeira Soares, visando a ligação ferroviária do Rio de Janeiro e São Paulo com o sul do País e também a colonização de boa parte do percurso, locais ainda virgens. A parte correspondente ao estado do Rio Grande do Sul acabou sendo construída separadamente do restante do trecho (que seria chamado de linha Itararé-Uruguai) e entregue em 1894 à Cie. Sud Ouest Brésilien, e em 1907 cedida à Cie. Auxiliaire au Brésil. Em 1920, passou para o Governo, formando-se a Viação Férrea do Rio Grande do Sul, que em 1969, teve as operações absorvidas pelaRFFSA. Com parte do trecho desativada em meados dos anos 1990, em 1996 a América Latina Logística (ALL) recebeu a concessão da linha, bem como de todas as outras ainda existentes no Estado. Trens de passageiros circularam até os anos 1980 pela linha
A estação de Cruz Alta foi inaugurada pela Sud Ouest em 1894. Em 2004, era considerada pela ALL uma das mais importantes. Ali funciona a estação de transbordo para produtos agrícolas, combustível, cimento e fertilizantes, saindo trens diariamente para o porto de Rio Grande.
Onde hoje está instalada a Secretaria Municipal de Turismo e o Arquivo histórico do Município. No local está também o Monumento ao Ferroviário e a Maria Fumaça.
No local são realizados diversos cursos de artesanato e, em um domingo por mês, acontece o projeto Cultura nos Trilhos, um espaço destinado a exposições e apresentações de trabalhos de artistas cruz-altenses. No local está também o Monumento ao Ferroviário.
Maria Fumaça
A estrada de ferro, após ser encampada pelo Governo Federal, prosseguiu em direção a Santa Rosa, objetivo atingido em 1940, quando Cruz Alta já era um dos maiores centros ferroviários do Brasil. Paralelamente ao desenvolvimento dos transportes, a cidade modernizou-se e cresceu.
Marco Inicial de Cruz Alta
A cruz de concreto pintada de branco hoje existente é alusiva a que ficava no mesmo local, onde em 1698 os jesuítas ergueram uma alta cruz de madeira, como marco territorial das missões espanholas na região. Localiza-se a 15 quilômetros ao sul de Cruz Alta, no lugar conhecido por vários nomes entre eles, Encruzilhada da Cruz Alta, Benjamin Nott ou ainda "Cruz Alta Velha". O Monumento da Cruz foi construído em 1979.
Memorial Lenda da Panelinha
Localizado entre a esquina das ruas General Felipe Portinho e General Andrade Neves, no centro da cidade. Um belo recanto com vertente d'água e esculturas em bronze do artista plástico cruz-altense Jorge Schroeder, retratam a mais conhecida das lendas da localidade. Uma índia oferecendo água para um tropeiro é o fator simbólico de "quem bebe a água da Fonte da Panelinha, retornará sempre para Cruz Alta".
Conta a história que havia um arroio que se chamava Panelinha, cujas águas serviam para matar a sede dos tropeiros que levavam mercadorias do interior do Rio Grande do Sul para Sorocaba, São Paulo. As índias da região davam de beber a esses tropeiros e eles sempre retornavam. A partir disso foi se solidificando a crença de que "quem bebe da água da Panelinha sempre volta". Com o passar do tempo ergueram-se casas a beira da Panelinha, e lentamente esse povoado virou cidade.
Museu Erico Veríssimo
A Casa Museu Erico Veríssimo funciona na residência construída em 1883 onde nasceu um dos maiores escritores brasileiros. Em 1968, a Prefeitura Municipal de Cruz Alta comprou o prédio com objetivo de criar o museu. A obra do escritor é divulgada e difundida através do seu museu inaugurado em 19 de janeiro de 1969. No local estão expostos inúmeros objetos pessoais e o acervo original completo de suas obras. O Prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) em 01/08/1984.
Localização: Av. General Osório, nº380
Telefone: (55) 3322 - 6448
Monumento Nossa Senhora de Fátima
Popularmente conhecida como "Santinha", o Monumento de Nossa Senhora de Fátima localizado na Rua Padre Pacheco está erguido em um pedestal de 31 metros de altura. Foi inaugurado em 12 de outubro de 1952 sobre área doada por Henrique Scarpellini. A imagem da Santa, existente na capela do monumento, veio de Portugal, assim como uma ampola com água, existente na miniatura da Basílica de Fátima.
Todo ano no segundo domingo do mês de outubro, milhares de devotos de toda região vão até o monumento participar da Romaria, além de pedir e pagar Graças.
29° Grupo de Artilharia de Campanha
O 29º Grupo de Artilharia de Campanha Auto Propulsado – GRUPO HUMAITÁ teve sua origem a 04 maio de 1831 (data atual de aniversario da OM) no Corpo de Artilharia a Cavalo, uma unidade de Artilharia Montada situada em Rio Pardo – RS.
Participou ativamente de conflitos nacionais e internacionais. Destaca-se sua participação na Revolução Farroupilha, lutando em defesa da soberania nacional. No estrangeiro, pela Campanha da Tríplice Aliança, lutou contra Oribe e Rosas em 1851, combateu em Montes Caseros e Paysandú contra Aguirre em 1864.
Em Humaitá, no Paraguai, desmembrou-se do Corpo de Artilharia a Cavalo e passou a denominar-se 4º Corpo Provisório de Artilharia, com a particularidade de ter sido a única Unidade Militar Brasileira criada em território estrangeiro.
Participou ativamente das ações de combate em Humaitá, Itororó, Lomas Valentinas, Tuyuty, Avay, Pissiquiri, Angostura e Cordilheiras e em todas obteve êxito. O Grupo passou por várias denominações e sedes em diferentes Estados brasileiros e finalmente em 1908 instalou-se em Cruz Alta-RS, então denominado 3º Regimento de Artilharia Montada.
Em 1919 participou do combate da Ramada contra a Coluna Prestes em Santa Bárbara-RS, já com a denominação de 6º Regimento de Artilharia Montada. Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, a Unidade enviou 150 praças para integrar a Força Expedicionária Brasileira na Itália.
Em 1976, já com a denominação de 29º Grupo de Artilharia de Campanha, é distinguida com a denominação histórica de GRUPO HUMAITÁ, usando Estandarte e Distintivo Próprios.
Com a modernização do Exército Brasileiro em 2000, a Unidade, que era mobiliada por obuseiros Auto Rebocados 105 mm, passou a denominar-se 29º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado – Grupo Humaitá. Esta nova denominação deveu-se ao fato da Unidade ter recebido 12 (doze) obuseiros M109 AP 155 mm, um moderno equipamento que proporciona ao Grupo tiros com um alcance de até 24 Km, transformando, assim, o Grupo Humaitá em uma das Unidades Militares com maior poder de fogo da América Latina.
O Bolichão
O Bolichão fica num dos cruzamentos mais emblemáticos de Cruz Alta: General Osório com General Câmara. Ali pulsa não só a história da cidade, como a história do Rio Grande. De um lado da rua o comércio com mais de 50 anos, no outro a casa onde nasceu Erico Veríssimo. Assim, frente a frente, como dois pilares do nosso passado. Por ali, o vento deve redemoinhar em reverência a quem tão bem escreveu sobre suas passagens por essas bandas, mas também a quem é sua testemunha há meio século.
Tem muita coisa histórica lá dentro. Algumas novidades, outras remanescentes de outrora, mas nada obsoleto. O estereótipo de bolicheiro conservador dá brecha ao empreendedor, e Homercher tem ciência que é preciso sumir da prateleira com o que está ultrapassado. Outros são mantidos em linha há décadas, como as alpargatas e artigos para fumo.
Enérgico como sempre, Homercher tem argumento para qualquer assunto. E política é o seu favorito. Quem já foi vereador e prefeito nunca perde a majestade. Os fregueses mais saudosistas, inclusive, fazem questão de reforçar que o Homercher deveria se candidatar novamente ao cargo máximo, de comandante do Poder Executivo Municipal. Para alguns, uma espécie de herói que ficou imortalizado no tempo. E mesmo na época que atuava no poder público, Homercher sempre conciliou suas atividades com O Bolichão.
Ele conta que há 49 anos e 11 meses, mais precisamente, O Bolichão foi fundado em sociedade com o finado Muradás. Nos confidenciou que, na época, o nome era outro: Armazém Avenida. Era uma nomenclatura em voga, mas logo foi podada graças ao dedo de um poeta: Ruben Dario Soares. O na época radialista era amigo de Homercher e sugeriu uma mudança para distinguir dos demais concorrentes da cidade. Reza a lenda que foi criada uma COMISSÃO para eleger qual nome ficaria, e o atual venceu. Hoje, é marca registrada em cartório e na cabeça dos cruz-altenses.
Uma coisa é certa: a clientela do Bolichão se sente em casa. E não é só pelo carisma do seu Homercher, logo na entrada, uma senhora há 50 anos dá a primeira e a última saudação, é a famosa dona Negrinha. No caixa, com uma admirável disposição, conversa com todos, brinca com os clientes e trata seu serviço com a destreza de quem em décadas acumulou a sabedoria de lidar com as pessoas. E ainda sempre dá um desconto para o freguês sair ainda mais satisfeito.
Fonte: resumido de resistência bolicheira.
É um monumento simbolizando uma cuia estilizada, assinala um dos mais representativos objetos culturais do gaúcho. Localiza-se na Rótula Leste, nas confluências das avenidas Saturnino de Brito e Plácido de Castro.